Hoje o país perdeu um dos seus grandes nomes... Manoel de Oliveira. Tal como desejava, filmou até ao fim...
O cineasta português tinha 106 anos. Era o realizador mais velho do mundo ainda em atividade. O seu último filme, O Velho do Restelo, estreou-se em Dezembro de 2014 na comemoração do último aniversário. Era a fazer filmes que descansava. Aliás, costumava dizer: “Quando deixar de filmar, deixo de respirar”
Manoel Cândido Pinto de Oliveira nasceu no Porto a 11 de Dezembro de 1908. Entre curtas e longas-metragens, realizou mais de 40 filmes até ao fim da vida. O histórico realizador português morreu esta quinta-feira e deixa o legado de uma obra que marca o cinema europeu e mundial.
Posso não ser fã do seu estilo de cinema, no entanto sempre admirei, e não será a sua morte que me vai impedir de o continuar a fazer, a paixão e a força deste homem que mesmo com uma idade tão avançada, demonstrava sempre uma invejável lucidez e vitalidade...
Posso não ser fã do seu estilo de cinema, no entanto sempre admirei, e não será a sua morte que me vai impedir de o continuar a fazer, a paixão e a força deste homem que mesmo com uma idade tão avançada, demonstrava sempre uma invejável lucidez e vitalidade...
Apesar dos longos 106, Manoel de Oliveira pedia mais tempo para fazer mais e melhor. Quando via um antigo trabalho, ficava sempre com a sensação que “poderia ter feito melhor”. Tempo esse que não lhe chegou para fazer tudo o que queria, para realizar todas as ideias: "Tenho uma vontade enorme de filmar e fico muito triste se o não puder fazer", confessava numa entrevista à Visão, em 2008.
O tempo faltou-lhe, definitivamente. Durou 106 anos, filmou até aos 105, praticamente até ao fim, mesmo se achou não ter tido o tempo suficiente para concretizar todos os seus projectos. Manoel de Oliveira morreu na manhã desta quinta-feira, na sua casa na Foz, no Porto, pouco minutos antes do meio dia, de paragem cardíaca.
O corpo estará em câmara ardente a partir do final da tarde, num salão da Igreja de Cristo Rei. E o funeral realiza-se sexta-feira, pelas 15 horas, com uma pequena cerimónia religiosa, seguindo depois para o cemitério de Agramonte. O Governo decretou dois dias de luto nacional, e a Câmara do Porto decidiu dedicar três dias de pesar ao filho da cidade. E claro, como não poderia deixar de ser, todos os partidos políticos, e até o Presidente da Republica, já deixaram as suas declarações de lamento da sua morte.
Gostaria de deixar uma última frase deste grande nome que hoje pode ter morrido, mas será imortal daqui em diante:
"Todos sabemos que vamos morrer. É a única certeza que temos. Não tenho medo da morte, tenho medo do sofrimento. É na vida que se encontram todas as maldades do mundo. A morte é o descanso."
Cavaco Silva lamenta morte de Manoel de Oliveira
PS: Curiosamente, à precisamente 10 anos falecia outra grande personalidade mundial, o Papa João Paulo II...
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