quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Irrevogavelmente à prova de bala...

Hoje é daqueles dias em que posso dizer que tenho vergonha de ser português...


Enquanto escrevo esta mensagem já não será novidade para muitos dos que me acompanham de que o processo dos submarinos, que envolvia Paulo Portas, actual vice-primeiro ministro, foi arquivado.

"Numa altura em que o PS vê um dos seus mais importantes ex-governantes a atravessar um processo judicial histórico, a direita é aliviada do seu fantasma mais real."
- Sónia Sapage, em Visao.sapo.pt

Existem vários factos no mínimo curiosos neste caso, que envolveu autoridades alemãs e gregas. Mas um deles em particular chamou-me à atenção:

"Portas só foi ouvido pela primeira vez em Abril de 2014 e a Justiça nunca pediu levantamento do sigilo bancário ao ministro."
- Sónia Sapage, em Visao.sapo.pt

Pergunto-me se Paulo Portas não estivesse no governo se a história não seria outra, como foi mais recentemente o caso de Sócrates. Gostaria de deixar um link com o qual me cruzei que, a meu ver, só levanta suspeitas (pelo menos ao ponto de se exigir o levantamento do sigilo bancário), onde é relatado o facto de um total de 1,06 milhões de euros terem sido depositados, em notas, por funcionários na conta do CDS no final do ano de 2004... (Ver aqui, em www.publico.pt)

É claro que até em prova do contrário todo e qualquer cidadão é inocente aos olhos da justiça, mas convém relembrar que na Alemanha provou-se que os gestores da Ferrostal, mais tardes condenados à prisão, deram milhões para facilitar os contratos de venda dos seus submarinos tanto a Portugal como à Grécia. Nesta última, provou-se que alguém (devidamente identificado e condenado) recebeu parte desses milhões como forma de corrupção para a sua compra.

Já nós por cá, em parte com a vergonhosa justificação da falta de colaboração das entidades internacionais, arquivou-se o processo. Aliás, passo novamente a citar:

"No que diz respeito a conclusões, o despacho sugere que não terá havido intenção clara de beneficiar o consórcio alemão fabricante dos submarinos."
- Sónia Sapage, em Visao.sapo.pt

Para resumir: No mesmo caso, a justiça alemã provou que existiram corruptores e a portuguesa conseguiu demonstrar que não houve corrompidos... deve ser isto que a ministra queria dizer com a célebre expressão "as instituições estão a funcionar"!

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